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Ginecologista do Ipesaúde enfatiza a importância do acompanhamento anual para prevenção e diagnóstico da endometriose

Cada vez mais comum em mulheres na fase reprodutiva, especialmente entre 25 e 35 anos, a endometriose afeta oito milhões de mulheres no Brasil

15/03/2024 às 11h50
Por: Redação Fonte: Agência Sergipe
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Ginecologista do Ipesaúde enfatiza a importância do acompanhamento anual para prevenção e diagnóstico da endometriose

Março é um período de conscientização sobre a endometriose, uma condição inflamatória benigna que ocorre quando células do endométrio fixam-se em outras regiões e órgãos do corpo. Cada vez mais comum em mulheres na fase reprodutiva, especialmente entre 25 e 35 anos, a endometriose afeta milhões em todo o mundo, sendo oito milhões no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A ginecologista e obstetra do Ipesaúde, Fernanda Hagenbeck, destaca que esta enfermidade, associada à infertilidade, é tanto nova quanto silenciosa.

Com uma etiologia ainda pouco compreendida, pacientes frequentemente chegam ao consultório com dúvidas sobre a origem da doença. Hagenbeck menciona a influência hereditária, com um risco aumentado de desenvolvimento da endometriose se a mãe também for afetada.

A falha no sistema imunológico é um fator crucial na progressão da doença. O sangramento menstrual normal pode resultar na implantação de células endometriais em áreas diversas do corpo, onde podem persistir sem degradação, levando ao desenvolvimento da endometriose. Os órgãos mais comumente afetados incluem a bexiga, os ovários, as trompas, o útero, o intestino e, raramente, o pulmão e o cérebro.

“Toda mulher quando menstrua cai um pouco de sangue dentro da cavidade abdominal. A trompa é aberta, então, pode passar um pouco de sangue, e essas células quando se implantam em outras áreas do corpo algumas mulheres não conseguem degradar, isto é, fazer com que essas células sumam, e, por isso, elas acabam desenvolvendo a endometriose”, explica a ginecologista

A principal queixa das pacientes é a dor, que pode ocorrer durante ou após o sexo, durante a menstruação ou mesmo fora do ciclo menstrual. “Há ainda queixas urinárias e intestinais, com relatos de dor ao urinar com sangramento, ou dor ao evacuar com sangramento nas fezes”, acrescenta.

A endometriose também está associada à infertilidade, afetando cerca de 30 a 50% das mulheres com a condição. Portanto, ao investigar queixas de infertilidade, a endometriose é uma das causas principais a serem consideradas.

O tratamento visa aliviar os sintomas, muitas vezes focando na supressão da menstruação. Além de medicamentos como anticoncepcionais, terapias integrativas e fitoterapia, a cannabis medicinal tem sido bem-aceita para o tratamento da endometriose. No entanto, em alguns casos, cirurgias em locais de difícil acesso podem ser necessárias.

A prevenção desempenha um papel crucial na detecção precoce da endometriose, uma doença silenciosa em até 20% dos casos e de diagnóstico desafiador. Por isso, Hagenbeck enfatiza a importância do acompanhamento anual com o ginecologista para prevenção e investigação de possíveis doenças, como a endometriose. “A mulher tem realmente que buscar o ginecologista, mesmo sem sintomas aparentes, tem que buscar prevenir a doença. A mensagem que eu deixo para as mulheres é: Cuidem-se, previnam-se, procurem o médico! Se estiverem com o exame preventivo atrasado, não fiquem com medo de fazer, busquem o médico e façam o seu exame. Há tempo de prevenir e de curar essa doença”, afirmou.

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